Home - Geral - Tinta inseticida vendida no Brasil mata mosquito transmissor da dengue...

Tinta inseticida vendida no Brasil mata mosquito transmissor da dengue

27 de março de 2024

Tinta inseticida Carbapaint10 tem estudos no exterior e no Brasil que demonstram a eficácia do produto contra mosquito Aedes aegypti

 Tinta inseticida vendida no Brasil mata mosquito transmissor da dengueFoto: Divulgação/Inesfly Brasil

O rápido avanço da dengue neste início de 2024 assusta a população, que se vê diante da necessidade de encontrar alternativas para combater o mosquito Aedes aegypti. Além dos repelentes disponíveis nas farmácias, o mercado disponibiliza uma tinta inseticida que mata o vetor da doença, do zika vírus e da chikungunya.

A tinta Carbapaint10 promete proteger casas e quaisquer outras construções, como escolas e hospitais, contra o Aedes aegypti. Produzido na Espanha e vendido pela Inesfly Brasil, o produto conta com uma tecnologia de ingredientes ativos, com produtos naturais e biocida colocados em microcápsula polimérica e que são liberados de forma controlada. A tinta tem duração de até dois anos e é atóxica para humanos e animais.

A tinta inseticida tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser vendida no Brasil. Em 2022, o então secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, assinou ofício no qual diz que a tecnologia está “dentro dos parâmetros mínimos” exigidos pela pasta e se mostrou “eficaz no controle de vetores”.

No exterior, a Secretaria de Saúde do México junto ao Hospital Infantil Frederico Gómez recebeu aplicação da tinta e informou resultado satisfatórios contra o Aedes aegypti, com mortalidade de 96% a 99% do inseto em um ano.

A Secretaria de Saúde Pública do Governo do Estado de Sonora e a Universidade de Sonora, também no México, desenvolveram estudos de eficácia contra diversas cepas diferentes do mosquito que apontaram 99% de mortalidade do Aedes aegypti e de 97% a 99% dos carrapatos, no período de um ano.

A tinta inseticida também passou por análises no Brasil. O pesquisador Allan Kardec Ribeiro Galardo, do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), fez testes em painéis de laboratório por sete meses, em 2021. O estudo revelou que o produto “influenciou, sim”, na mortalidade do Aedes aegypti e do mosquito Anopheles, que transmite a malária.

Outro levantamento, feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Recife (PE), identificou mortalidade de 85% dos mosquitos após 24 horas de exposição.

Venda

Uma lata de tinta Carbapaint10 de 4 litros custa R$ 12,5, e a mão de obra para pintar um metro quadrado sai por R$ 30. O produto e o serviço são vendidos juntos devido às exigências técnicas para execução da mistura e da aplicação que garantem a eficácia, segundo o CEO da Inesfly Brasil, Luiz Rolim.

Atualmente, a empresa negocia com o Ministério da Saúde a inclusão da tinta inseticida no Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), para posterior venda do produto ao governo federal.

“Em quatro anos no Brasil, a empresa está presente em mais de 70 municípios. Temos atestado de capacidade técnica e certificações. Em Goiânia, temos um contrato de mais de R$ 20 milhões e, no Amazonas, o contrato é de mais de R$ 50 milhões”, afirmou Rolim.

A coluna Grande Angular questionou o Ministério da Saúde sobre a possibilidade de inclusão da tinta inseticida no PNCD e a eventual compra do produto pelo governo federal, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

Epidemia

O Brasil enfrenta uma epidemia de dengue. Na última quinta-feira (21/3), o país alcançou a marca de 2 milhões de casos da doença em 2024, até o momento.

Ao todo, há 2.010.896 casos prováveis registrados neste ano, entre diagnósticos confirmados e sob investigação, de acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, elaborado pelo Ministério da Saúde.

No mesmo período, o país ainda contabilizou 682 mortes por dengue; outras 1.042 estão em investigação. O painel detalha, ainda, que o coeficiente de incidência da doença no Brasil é de 990,3 casos prováveis entre cada 100 mil habitantes.

(Fonte: Metrópoles)



banner
banner
banner