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Seca severa na Itália revela navio naufragado na Segunda Guerra Mundial

25 de junho de 2022

Baixo nível do rio Po, mais extenso do país, já havia revelado tanque nazista em março. Norte da Itália está há 110 dias sem chuva em seca considerada a pior em 70 anos

Seca severa na Itália revela navio naufragado na Segunda Guerra MundialNavio de cerca de 50 metros de comprimento usado na Segunda Guerra Mundial ficou exposto após seca baixar o nível do rio Po, na Itália – Foto: Reprodução

A seca que atinge o Po, mais extenso rio da Itália, preocupa autoridades sobre o impacto na produção de alimentos e também na geração de energia pelas usinas hidrelétricas. O baixo volume no leito deste importante corredor hídrico de 650 km no norte do país vem trazendo à tona também lembranças da Segunda Guerra Mundial.

Nas redondezas da cidade de Gualtieri, a 150 km de Milão, uma barcaça usada para transportar mantimentos naufragou em 1943 e costumava ter apenas sua proa revelada, em momentos em que o rio baixava. Neste verão, é possível ver a embarcação inteira, como noticia a agência AP.

“É a primeira vez que podemos ver esta barcaça”, afirma Raffaele Vezzali, ciclista amador que parou para olhar o navio exposto. O Zibello, como é chamada a embarcação, tem 164 pés, o que equivale a 50 metros de comprimento.

Já em março, as águas rasas do rio haviam revelado outro souvenir da Segunda Guerra, na cidade de Sermide: um tanque de sete toneladas abandonado pelos nazistas alemães em retirada, para evitar que caísse nas mãos dos britânicos.

Nesta que é considerada a pior seca a atingir o Po em 70 anos, os banhistas conseguem cruzar o rio a pé sem maiores problemas. A quantidade de neve no inverno já foi bastante abaixo da média no norte da Itália, e a região agora está há 110 dias sem chuva, com temperaturas cerca de 6°C acima do costumeiro.

“Hoje, estamos preocupados com a falta de água, que não serve apenas aos agricultores para irrigação, mas também para produção de energia e nutrição humana”, disse Renzo Bergamini, prefeito de Gualtieri, ao jornal britânico The Guardian. Moradores de 125 cidades ao longo do rio vem sendo alertados a racionar água potável.

Ao longo do seu curso, o rio fornece água para a produção agrícola, desde tomates a uvas e queijo parmesão. A região, também conhecida como “vale da comida”, é responsável por cerca de 40% dos alimentos produzidos pelos italianos, segundo a AP.

Usinas hidrelétricas também dependem da água do Po para produzir energia. Cerca de 55% da energia hidrelétrica da Itália vem do rio e seus afluentes.

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