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Safra de Conilon capixaba deve ser 10% maior do que do ano passado, apesar da pandemia

15 de junho de 2021

Já a colheita de arábica deve registar queda de 30% por causa da bienalidade. No ano passado, o Espírito Santo contabilizou a maior safra desta qualidade de café de todos os tempos

Safra de Conilon capixaba deve ser 10% maior do que do ano passado, apesar da pandemiaSafra de conilon Capixaba deve ser 10% maior do que no ano passado – Foto: Cláudio Costa

O cafeicultor capixaba tem o que comemorar, apesar da pandemia do novo coronavírus ter dificultado a contratação de mão de obra para os tratos e a colheita do café deste ano. A safra de conilon vai gerar mais de dez milhões de sacas, um aumento de 10,38 % em relação ao ano passado, período em que foram colhidas pouco mais de nove milhões sacas (9.193), de acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

Safra de Conilon capixaba deve ser 10% maior do que do ano passado, apesar da pandemiaSecretário de Estado da Agricultura, Paulo Foletto, comemora aumento na safra de Conilon – Foto: Cláudio Costa

O bom desempenho se deve à bienalidade da lavoura cafeeira, na qual a colheita é melhor em um ano e mais tímida no seguinte. Já em relação ao café arábica, a expectativa é de queda na produção, também por causa dessa característica.

Em 2020, os produtores de café arábica comemoraram a maior safra de todos os tempos, segundo técnicos da área. Foram 4.765 milhões de sacas colhidas, ao passo que neste ano a expectativa é de que a colheita chegue a quase 3.300 milhões de sacas, o que corresponde a uma queda de 30,91%, em relação ao período anterior.

No total, somando a produção de café conilon e arábica, o Espírito Santo também deve registrar um déficit em relação à colheita do ano passado. A previsão é de que sejam colhidas pouco mais de 13.400 milhões de sacas, sendo que em 2020 a colheita gerou 13.958 milhões de sacas.

Segundo dados do Centro do Comércio do Café de Vitória (CCCV), a safra de conilon 2020/2021 movimentou no Espírito Santo, de acordo com as exportações realizadas pelo Porto de Vitória, quase 393,5 milhões de dólares. Para a safra de conilon 2021/2022, a expectativa é de um aumento de cerca 10% no volume.

E um outro fator ainda deve ser levado em conta. Com a queda acentuada de arábica no Brasil, a indústria irá demandar maior volume de conilon que terá maior percentual nos Blends (misturas de sabores e harmonizações para a bebida). Assim, a previsão é de que a receita na exportação será elevada pela alta do preço, ainda que o volume exportado possa ser menor.

Cuidados contra o novo coronavírus

Safra de Conilon capixaba deve ser 10% maior do que do ano passado, apesar da pandemiaProdutores rurais seguem recomendação de segurança contra o coronavírus – Foto: Cláudio Costa

Para auxiliar o produtor na colheita do café, a Secretaria de Estado da Agricultura, Aquicultura e Pesca (Seag) publicou a 2ª edição da cartilha “Colheita do Café – Orientações para a prevenção do novo coronavírus” que traz novas informações sobre o vírus, orientações gerais para a segurança no trabalho na lavoura, refeitório, transporte, armazenamento, entre outros tópicos.

O exemplar também traz orientações de prevenção à Covid-19, além de explicações sobre a doença e suas formas de contágio. O objetivo é as famílias rurais capixabas durante o período da colheita.

“A cartilha fornece orientações gerais aos produtores de café e trabalhadores rurais, tais como medidas de prevenção do contágio do novo Coronavírus, adoção de boas práticas nos refeitórios, transporte, além de recomendações específicas para o início da colheita. É importante e necessário que os produtores adotem essas orientações para que possamos passar por esse momento tão complicado de forma segura”, ressaltou o secretário de Estado da Agricultura, Paulo Foletto.

Além de ser distribuída de forma impressa, a cartilha pode ser acessada no site da Seag: www.seag.es.gov.br.

Cafeicultura capixaba

Safra de Conilon capixaba deve ser 10% maior do que do ano passado, apesar da pandemiaO conilon é a principal fonte de renda em 80% das propriedades rurais capixabas localizadas em terras quentes – Foto: Cláudio Costa

O Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do Brasil, responsável por entre 75% e 78% da produção nacional. É responsável por até 20% da produção do café robusta do mundo. O café conilon é a principal fonte de renda em 80% das propriedades rurais capixabas localizadas em terras quentes. É responsável por 35% do PIB Agrícola. Atualmente, existem 283 mil hectares plantados de conilon no Estado. São 40 mil propriedades rurais em 63 municípios, com 78 mil famílias produtoras. O café conilon gera 250 mil empregos diretos e indiretos.

O Estado é referência brasileira e mundial no desenvolvimento da cafeicultura do conilon, com uma produtividade média que já alcançou 35 sacas por hectare (sc/ha). Muitos produtores tecnificados chegaram a colher mais de 100 sc/ha. A produtividade evoluiu muito nos últimos 25 anos, graças às tecnologias desenvolvidas pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) em parceria com diversas instituições.

Os maiores produtores de café conilon do Espírito Santo são os seguintes municípios:  Jaguaré, Vila Valério, Nova Venécia, Sooretama, Linhares, Rio Bananal, São Mateus, Pinheiros, Governador Lindenberg, Boa Esperança, Vila Pavão, São Gabriel da Palha, Colatina e Marilândia.

No Espírito Santo, cerca de 70% das lavouras de café conilon são conduzidas com irrigação. O tamanho médio das lavouras é de 8,0 hectares, conduzidas pelas famílias dos produtores. As plantações vêm sendo renovadas sob nova base tecnológica na ordem de 7% ao ano. Os cafeicultores que utilizam as recomendações técnicas do Incaper têm alcançado produtividade superior a 80 sacas beneficiadas de café por hectare, e produto final de qualidade superior.

Safra de Conilon capixaba deve ser 10% maior do que do ano passado, apesar da pandemiaEspírito Santo é o maior produtor de café conilon do Brasil, responsável por entre 75% e 78% da produção nacional – Foto: Cláudio Costa

Valedoitaúnas/Texto: Marcele Altoé



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