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‘Olha o mingau’: as mulheres que fingiam ser almas penadas para amedrontar colonizadores na Bahia

03 de julho de 2023

Conhecidas como 'Caretas do Mingau', elas têm participação direta na luta pela Independência do Brasil. Agora, 200 anos depois, na madrugada do dia 2 de julho, elas saem pelas ruas mantendo a tradição

‘Olha o mingau’: as mulheres que fingiam ser almas penadas para amedrontar colonizadores na BahiaAs mulheres fingiam ser almas penadas para amedrontar colonizadores na Bahia – Foto: Reprodução

O Globo Repórter desta sexta-feira (30) visitou cidades baianas que foram palco da Independência do Brasil. Em Saubara, a luta contra os colonizadores ganhou um apoio curioso: mulheres se vestiam de branco e se passavam por almas penadas para assustar os invasores.

“Essas mulheres, durante a madrugada, elas levavam alimentos, armas e tudo o que os homens estavam precisando [na batalha]”, diz Betinho Saubara, historiador.

Conhecidas como "Caretas do Mingau", elas têm participação direta na luta pela independência.

‘Olha o mingau’: as mulheres que fingiam ser almas penadas para amedrontar colonizadores na BahiaConhecidas como "Caretas do Mingau", elas têm participação direta na luta pela independência – Foto: Reprodução/Globo Repórter

“Elas se camuflavam de almas penadas e amedrontavam os portugueses. Imagine, uma região como Saubara, até Bom Jesus, mata, de noite, elas com aquele gemido ‘olha o mingau, olha o mingau’, eles tinham que ter medo”, conta Betinho.

Para Bel Saubara, outro estudioso dessa história ainda pouco conhecida dos brasileiros a roupa branco e o rosto escondido faziam parte da comemoração pela vitória.

“Após o triunfo, aqui ficou na memória o ato de celebrar pela madrugada nas ruas da nossa comunidade”, explica Bel Saubara.

Uma tradição que se mantém viva até os dias de hoje. Todo ano, na madrugada do dia 2 de julho, elas saem pelas ruas mantendo a tradição de assustar e distribuindo mingau.

“Isso nós fazemos com muito amor por nossas terras, por nossa Saubara”, diz uma moradora.

Para historiadora Vanessa Orewa, o mais importante é preservar a memória.

“Esse momento marca a existência de Saubara e do saubarense na história do Brasil. Da participação dessas mulheres, que foi de extrema eficiência e de significado importante para Saubara e para a independência da Bahia.

(Fonte: g1)



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