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Moraes determina prisão de 4 pessoas no ES e impõe uso de tornozeleira em dois deputados estaduais

15 de dezembro de 2022

PF providenciou tornozeleiras eletrônicas para os deputados Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL). Mandados de prisão são contra vereador de Vitória, pastor, jornalista e radialista

Moraes determina prisão de 4 pessoas no ES e impõe uso de tornozeleira em dois deputados estaduaisCarlos Assumção (PL) e Carlos Von (DC) – Foto: Reprodução/Ales

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou quatro prisões e 23 mandados de busca e apreensão no Espírito Santo no âmbito do inquérito 4.781 dos atos antidemocráticos. Nesta quinta-feira (15), a Polícia Federal deflagrou uma operação para o cumprimento das determinações. Entre os investigados estão os deputado estaduais Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL), que terão que usar tornozeleiras eletrônicas.

A operação é realizada na capital, Vitória, e em outras quatro cidades: Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim.

A determinação de Moraes atende à representação da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Espírito Santo (PGJ/ES).

A TV Gazeta e o g1 confirmaram que os mandados de prisão são contra o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos), o jornalista Jackson Rangel Vieira, o pastor Fabiano Oliveira e o radialista e candidato derrotado a deputado estadual Max Pitangui (PTB).

De acordo com informações apuradas pelo jornalismo da Rede Gazeta, o jornalista Jackson Rangel Vieira foi preso em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do estado, e estava sendo transferido para a sede da Polícia Federal em Vitória.

Até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre o cumprimento dos mandados de prisão contra o vereador Armandinho Fontoura (Podemos), o pastor Fabiano Oliveira e o radialista Max Pitangui (PTB).

As investigações atingem ainda os deputados Carlos Von Schilgen (Democracia Cristã) e Capitão Assumção (PL).

Tornozeleira eletrônica

Moraes determinou medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de deixar o estado, proibição de uso de redes sociais ainda que por interpostas pessoas, proibição de concessão de entrevistas de qualquer natureza e de participação em qualquer evento público em todo o território nacional. Em caso de descumprimento, há previsão de multa diária de R$ 20 mil.

Os deputados estaduais onfirmaram que receberam a presença de agentes federais nesta quarta-feira.

Carlos Von

Moraes determina prisão de 4 pessoas no ES e impõe uso de tornozeleira em dois deputados estaduaisCarlos Von, deputado estadual do ES alvo de busca pela PF no inquérito dos atos golpistas – Foto: Tati Beling/Assembleia Legislativa do ES

O deputado Carlos Von (DC) disse ao g1 que ficou surpreso com o mandado de busca. Os policiais federais chegaram ao gabinete na Assembleia Legislativa, em Vitória, por volta de 7h.

Ele disse que foi surpreendido com a ligação da segurança da casa avisando da presença dos policiais na porta de seu gabinete. O deputado diz não entender por que foi alvo e nega ter participado de atos antidemocráticos.

Carlos Von é morador de Guarapari, cidade vizinha, e disse que só estaria no local mais tarde, que o gabinete funciona a partir das 8h e, por isso, ainda estava fechado.

"Pedi um assessor que fosse ao local abrir a porta. Só sei que levaram o meu computador. Eu nunca participei de nenhum ato, nunca fui a nenhuma manifestação justamente para não criar esse tipo de narrativa", disse.

"Nunca me posicionei nas minhas redes sociais e nem mesmo na tribuna da Assembleia. Inclusive, nunca contestei nenhum resultado das eleições. Por isso, não entendo por que meu nome está envolvido nisso. Vão ter que provar o que estão dizendo. Essa historinha não vai prosperar".

Carlos Von é deputado estadual, disputou as eleições, mas não foi reeleito. Ele tem base eleitoral em Guarapari, Região Metropolitana de Vitória.

Capitão Assumção

Moraes determina prisão de 4 pessoas no ES e impõe uso de tornozeleira em dois deputados estaduaisCapitão Assumção (PL/ES) fez um post nas redes sociais criticando operação da PF – Foto: Reprodução/Twitter

Por volta de 9h30, o deputado estadual Capitão Assumção (PL) usou uma rede social confirmando ser alvo da operação da Polícia Federal.

"Urgente. PF na minha casa e no meu gabinete a mando de Alexandre de Moraes. Pratiquei o terrível crime de livre manifestação do pensamento. #OLadraoNaoVaiSubirARampa", disse na postagem.

Em nota, a assessoria do deputado Capitão Assumção informou que recebeu com espanto a ação:

"Quanto ao mérito da ordem judicial, o único fato imputado ao Deputado na decisão se referiu a: a) “demonização de ministros desta Corte como “demônios” e, mormente em relação a Vossa Excelência, de “capeta” e b) “tendo inclusive repostado... o “vídeo que irritou Alexandre de Moraes” (folhas 10 da decisão)", diz a nota.

Ainda segundo a assessoria, a defesa vai recorrer da decisão.

Assumção foi reeleito deputado estadual em outubro e sagrou-se nas urnas como o segundo mais votado para a Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Ele saltou de 27.774 votos, em 2018, para 99.669.

Capitão da reserva da Polícia Militar, é um dos parlamentares mais identificados com o bolsonarismo no Espírito Santo.

Polícia Federal

Em nota, a Polícia Federal informou que cumpre mandados de busca e apreensão no estado.

''A Polícia Federal no Espírito Santo informa que, na data de hoje, cumpriu 23 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e outras determinações de medidas diversas (nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim) determinadas pelo Exmo. Sr. Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Morais, nos autos do Inquérito 4.781/DF, em atendimento à representação da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Espírito Santo (PGJ/ES). As informações estão restritas à presente nota", diz a nota.

Procuradoria-Geral

O g1 procurou a PGJ-ES para dar mais detalhes sobre a operação e os mandados de busca e apreensão. Se houver retorno, esta matéria será atualizada.

A operação no ES é a mesma que acontece em outros seis estados e no Distrito Federal.

A TV Globo apurou que o desmembramento da operação se deve à logística, ambas, no entanto, visam bolsonaristas que teriam organizado os atos golpistas que bloquearam rodovias.

(Fonte: g1)



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