Médicos descobrem que “preguiça” de jovem era sinal de uma doença rara
15 de abril de 2024Alguns médicos chegaram a dizer que o tratamento de Alyssa Davis deveria ser tomar café. Conheça a condição dela
Alyssa Davis – Foto: Reprodução/Instagram/alyssacdavis
A americana Alyssa Davis, de 26 anos, foi chamada a vida toda de preguiçosa. Rotineiramente, ela dormia durante as aulas na escola ou não conseguia se concentrar no trabalho a ponto de ficar com a vista escura de tão cansada. A “preguiça” dela, porém, era sinal de uma doença rara do sono.
Foram anos de consultas médicas em que não se descobria nenhum problema – um médico chegou a mandar ela tomar mais café para se manter desperta. Alyssa só teve seu diagnóstico fechado em 2017: ela tem hipersonia idiopática.
A condição leva ao sono excessivo e estado semelhante à narcolepsia (adormecimento súbito). O paciente se mantém parcialmente desperto, como se tivesse acabado de acordar, durante muitas horas do dia.
Por mais que se descanse (quem tem hipersonia idiopática consegue dormir bem durante a noite), durante o dia o corpo não chega ao estado de atenção característico de quando estamos acordados.
Não se sabe exatamente o que causa o quadro, que afeta uma pessoa a cada 20 mil indivíduos, mas acredita-se que seja uma disfunção do cérebro – sem entender o mecanismo da doença, não existe tratamento efetivo. A condição é diagnosticada quando se realizam testes de sono que descartam outras patologias que justifiquem o cansaço.
“É ruim descobrir que temos uma doença incurável, mas saber que tenho uma condição crônica mostra que minha vida é válida. A informação é uma forma de buscar um alívio para a pressão, frustração e uma maneira de processar os desafios que enfrento”, diz ela em uma postagem do Instagram.
O caso de Alyssa é tão extremo que ela não pode nem dirigir e tem passado por tratamentos experimentais para tentar encontrar uma solução para os sintomas.
Tentativas de tratamento contra a “preguiça”
Além da hipersonia idiopática, Alyssa tem depressão, quadros que podem estar conectados. Ela está recebendo um tratamento experimental de estimulação transmagnética do crânio para avaliar como a interação magnética com o cérebro pode melhorar sua condição, e ganhou um cachorro de suporte psiquiátrico chamado Rory.
A jovem também está participando de um estudo sobre o sono para receber um medicamento contra a sonolência, o Xywav, que foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) em 2021, mas ainda não é vendido em larga escala. Curiosamente, ele tem a mesma composição das drogas usadas para o golpe “boa noite, Cinderela”.
Nenhum dos tratamentos testados até agora, porém, foi capaz de curá-la da hipersonia idiopática.
(Fonte: Metrópoles)