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Mais vontade de fazer xixi? Entenda por que urinamos mais no inverno

17 de julho de 2022

Especialistas dão dicas para saber se a quantidade de água ingerida por dia está correta e como prevenir doenças e infecções no trato urinário

Mais vontade de fazer xixi? Entenda por que urinamos mais no invernoInverno pode dar mais vontade de fazer xixi – Foto: FreePik

Embora as pessoas geralmente bebam menos água durante o inverno, o frio faz com que a vontade de ir ao banheiro para fazer xixi seja uma necessidade constante. Especialistas explicam que existem alguns motivos para que isso ocorra com a queda das temperaturas, principalmente nesta época do ano.

Nos períodos mais frios, o organismo cria estratégias para manter a temperatura corporal. De acordo com o Dr. Alexandre Cavalcante, médico urologista do Hospital Sírio-Libanês de Brasília, uma das maneiras que o corpo encontra para fazer isso é por meio da vasoconstrição periférica. Esse processo diminui o calibre dos vasos sanguíneos nas extremidades do corpo, o que, consequentemente, gera um aumento do fluxo sanguíneo nos rins. Isso faz com que haja maior filtração renal e, assim, uma maior produção de urina.

Outro fator que explica o fenômeno é que, nos dias mais frios, o corpo humano retém e perde menos líquido de outras formas, como pelo suor. Dessa forma, para que o organismo consiga manter um equilíbrio, ele também produz mais urina.

Essa vontade de urinar mais frequente pode fazer com que muitas pessoas fiquem com preguiça de ir ao banheiro e acabem segurando o xixi por muito tempo. Cavalcante alerta que a prática, no entanto, pode gerar problemas, como uma infecção urinária.

"A urina é produzida no rim e armazenada na bexiga. Quando a bexiga está em sua capacidade máxima, ela precisa ser esvaziada para que a 'nova urina' produzida pelo rim consiga chegar até ela. Caso a urina fique muito tempo parada no órgão, a chance de uma infecção aumenta", explica.

De acordo com ele, em casos mais graves, o hábito de segurar o xixi pode até mesmo levar à perda da função renal, seja pela dificuldade do rim de eliminar a urina, ou por eventuais infecções que possam causar cicatrizes nos rins.

Dr. Wagner França, urologista e coordenador do departamento de Cirurgia Reconstrutiva Uretral da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU-SP) afirma que, embora haja esse risco, o inverno não aumenta as chances de doenças do trato urinário, e sim os nossos hábitos.

"A mudança de temperatura não gera patologias na bexiga ou no trato urinário. A gente sabe que durante o inverno a bexiga fica mais sensível e temos mais vontade de fazer xixi toda hora. E no verão, por exemplo, a gente desidrata um pouco mais e aumentam as chances de termos cólicas renais devido a pedras nos rins, mas não é a temperatura que gera a doença, e sim os nossos hábitos", explica.

Essas infecções acabam sendo mais comuns no sexo feminino durante a fase adulta, sendo necessário ter mais atenção com a higiene íntima, principalmente após as relações sexuais. Já nos idosos, o sexo masculino começa a ter mais chances de adquirir problemas com o crescimento da próstata, que causa maior dificuldade para a saída da urina.

A fim de evitar infecções e outras doenças, o médico destaca que o ideal é urinar a cada quatro ou seis horas, no máximo.

A cor da urina também pode servir como indicativo para monitorar a quantidade de água ingerida. "De modo prático, costumo dizer que a quantidade ideal é aquela suficiente para deixar a urina amarelo-clara. Caso a urina esteja transparente, estamos bebendo mais água do que o necessário. Caso esteja amarelo-escuro, concentrada, estamos bebendo menos água do que deveríamos", afirma Cavalcante.

"Em geral, uma quantidade em torno de 2,5 a 3 litros por dia tende a ser o suficiente. Existe uma fórmula simples para sabermos a quantidade de líquido necessária por pessoa. Calcula-se que 35 ml por quilo de peso seja a quantidade ideal. Por exemplo, uma pessoa que pesa 70 kg deverá consumir 2.500 ml, ou 2,5 litros de água por dia (70 x 35 ml = 2.500 ml)", explica o urologista.

Segundo o especialista, a quantidade que deve ser ingerida também depende da necessidade individual. As crianças acabam tendo um gasto e perda de líquido maiores devido ao alto consumo calórico e, assim, acabam precisando de mais água para equilibrar esta conta. Além disso, quando criança, o corpo humano tem uma quantidade de água corporal maior, e isso configura outro motivo para mais ingestão de líquidos.

Da mesma forma, com o envelhecimento, essa quantidade de água corporal diminui, aumentando os riscos de desidratação na população idosa. "Familiares e cuidadores devem ter bastante atenção à quantidade de líquido ingerida por essa faixa etária. A avaliação da mucosa oral e língua são bons indicadores de hidratação dos idosos. Caso estejam ressecados, é sinal indireto que este idoso necessita de mais água", alerta Cavalcante. "Mas é importante ressaltar que a sobrecarga de líquidos nos idosos pode ser perigosa do ponto de vista cardiovascular e pulmonar".

Valedoitaúnas (iG)



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