De acordo com a Polícia Civil, ela se aproveitava de momentos em que a criança estava dormindo para praticar os crimes

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Uma mulher de 18 anos foi presa em Linhares, no Norte do Espírito Santo, na última sexta-feira (5) por suspeita de abusar sexualmente do filho de 2 anos de idade. A prisão foi efetuada após a Polícia Civil receber de um denunciante anônimo, no dia 29 de abril, vídeos que mostravam a mãe cometendo o abuso contra o menino.

Segundo uma das responsáveis pela operação, delegada Silvana Paula Soeiro de Castro, a mãe esperava a criança dormir e filmava os crimes. Ela retirava a fralda do bebê e praticava atos libidinosos como sexo oral e também conjunção carnal com o menor.

A delegada relatou que, em algumas imagens, o bebê aparece ainda segurando a mamadeira enquanto dorme. Ela descreveu os vídeos como chocantes e que impressionam pela crueldade.

"São imagens que chocam qualquer pessoa, até quem está diariamente lidando com estas investigações. São imagens terríveis, que a gente enquanto mãe não imagina que uma pessoa vá fazer", afirmou a delegada.

Silvana de Castro afirmou que a mulher tem um segundo filho, de pouco mais de um ano de idade, mas contra ele não há indícios de abuso, porém as investigações continuarão.

A delegada afirmou que o Conselho Tutelar já foi acionado para retirar a guarda da criança da mãe. Além disso, o bebê recebeu atendimento médico, assim como o irmão, para detecção de doenças sexualmente transmissíveis. O menino receberá atendimento psicológico.

"O Conselho Tutelar está dando todo o amparo. Nós vamos encaminhar para o psicólogo, porque podem pensar que é uma criança de tenra idade, apenas dois anos. Mas essas imagens ficam, a neurociência fala que não importa a idade, essas imagens ficam".

As crianças foram enviadas ao Núcleo de Saúde da cidade e, após os exames, ficaram aos cuidados da avó materna. O pai dos menores é presidiário e cumpre pena por tráfico de drogas.

De acordo com o delegado Fabrício Lucindo, que também participou da prisão, a jovem disse que estava arrependida e agiu sem pensar nas consequências. "A mesma coisa que dizem todos os criminosos", relatou.

34 suspeitos de estupro presos na região desde janeiro

A prisão da mulher foi a 34ª só este ano de suspeitos de abuso sexual na região de Linhares, e a terceira apenas nos últimos cinco dias. Deste número, 33 eram homens, acusados de diversos crimes.

Na semana passada, um homem foi preso acusado de abusar da cunhada de 6 anos, na região rural de Linhares. Os pais trabalhavam durante o período noturno e homem se aproveitava da ausência dos responsáveis para cometer atos libidinosos contra ela.

Delegada Silvana de Castro explicou como foi a prisão da mãe suspeita de estuprar o filho – Foto: Divulgação/Sesp

De acordo com a PC, o homem é suspeito de cometer o mesmo crime contra a filha da ex-esposa, também na zona rural de Linhares. As investigações seguirão e a mulher será chamada para prestar depoimento sobre o caso.

Também no fim de semana passado, a polícia prendeu dois suspeitos no bairro Santa Cruz, em um esconderijo. Eles invadiram uma residência e renderam cinco pessoas que ali estavam, quatro homens e uma mulher.

Eles levaram diversos objetos da casa, além do carro da família. Antes de ir embora, teriam estuprado uma mulher de 38 anos, na cozinha da casa, e sequestraram uma criança de 12 anos, como garantia de que a família não chamaria a polícia.

A criança ficou 12 horas em posse da dupla, até ser abandonada. "Foi ele, um menino, que é muito esperto, que nos ajudou a localizar os criminosos", disse a delegada Silvana. 

O menor relatou à delegada que os suspeitos passavam de carro por bocas de fumo e trocavam os objetos roubados na casa por drogas, até o abandonarem em um ponto da estrada.

A mulher estuprada compareceu à delegacia para prestar depoimento e estava visivelmente abalada. "Ela tremia. Foi levada ao hospital e já toma os coquetéis necessários", afirmou a delegada.

De acordo com o delegado Fabrício Lucindo, as ações mostram o trabalho da polícia e possibilitam que mais vítimas deste tipo de crime denunciem as práticas, uma vez que os crimes sexuais são raramente denunciados.

"Existe uma estatística de que apenas um em cada 10 casos de estupro é denunciado e a maioria acontece em casa, ou seja, a pessoa fica subjugada ao agressor. Queremos que estas ações encorajem mais pessoas a denunciar".

O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, afirmou que pessoas que cometem este tipo de crime não podem conviver em sociedade e lembrou que o dia 18 de maio marca o Dia do Combate à Exploração Sexual Infantil, o que torna as prisões emblemáticas.

"Na verdade, o dia 18 é o Dia Nacional Contra a Exploração Sexual infantil, de janeiro até agora foram 33 prisões de estupradores, inclusive de uma mulher que praticava atos libidinosos e conjunção carnal com seus filhos de dois anos e um ano. São prisões que não gostaríamos de fazer, mas temos que fazer, porque essas pessoas não podem conviver em nível social", disse.

(Fonte: Folha Vitória)