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Justiça holandesa determina internação de brasileiro preso com carne humana na mala; ele matou amigo por medo de ser ‘devorado’

09 de fevereiro de 2024

Justiça holandesa considerou que Begoleã Mendes Fernandes é esquizofrênico. Determinação foi proferida nesta quinta-feira (8)

Justiça holandesa determina internação de brasileiro preso com carne humana na mala; ele matou amigo por medo de ser ‘devorado’Begoleã Fernandes é natural de Matipó, na Zona da Mata mineira Foto: Redes Sociais

A Justiça holandesa determinou a internação compulsória do mineiro Begoleã Mendes Fernandes, de 26 anos, para tratamento psiquiátrico. Ele matou Alan Lopes, de 21, em fevereiro de 2023.

O Ministério Público holandês pediu à Justiça a internação compulsória de Begoleã, após a perícia concluir que ele desenvolveu um delírio paranoico em relação à vítima – o mineiro se convenceu equivocadamente de que Alan era canibal e de que pretendia matá-lo e depois comê-lo. O medo e o delírio teriam motivado o homicídio.

Segundo o Poder Judiciário daquele país, Begoleã é esquizofrênico e sofria de transtorno mental no momento do crime. Ele foi considerado não punível em veredito proferido nesta quinta-feira (8).

Kamila Lopes, de 26 anos, conversou por telefone com a reportagem do g1 Minas e disse que a Justiça determinou que a mãe dela receba 27,6 mil euros de indenização, e o pai, 17,5 mil euros.

Kamila falou ainda que a família não pretende recorrer da decisão judicial, desde que os parentes de Begoleã também não recorram.

"Ficamos satisfeitos com a sentença".

Com relação ao tratamento psiquiátrico, ela disse ao g1 que a internação é por tempo indeterminado. O tratamento será pago pelo governo holandês.

Para a Justiça, contou a irmã de Alan, o crime foi premeditado. Antes do assassinato, Begoleã pesquisou na internet sobre pena de morte na Holanda. Além disso, ficou comprovado que o homicídio não foi por legítima defesa.

O g1 ligou para a mãe de Begoleã, mas as ligações não foram atendidas.

Kickboxer

Nos autos judiciais consta que Begoleã cresceu no Brasil e foi para Holanda no início de 2020. Ele queria começar uma carreira como kickboxer e encontrou uma academia em Amsterdã, onde treinava de quatro a cinco dias por semana.

Ainda segundo o documento, o brasileiro tinha vários empregos, mas ganhava pouco e tinha dificuldade em encontrar um lugar para dormir. Alan e a mãe dele ofereceram abrigo por algum tempo.

Havia um grupo de brasileiros em Amsterdã do qual Begoleã e Alan faziam parte. Os dois também viveram algum tempo numa casa com outros rapazes, e Begoleã teve dificuldades para pagar as despesas, o que tornou incerta a permanência dele na Holanda.

Então, ele ligava para amigos e conhecidos pedindo abrigo, e Alan o ajudou várias vezes a encontrar um lugar para ficar.

Ministério Público holandês

Antes da sentença, o Ministério Público holandês pediu à Justiça a internação compulsória de Begoleã, após a perícia concluir que ele desenvolveu um delírio paranoico em relação à vítima.

Ainda de acordo com o MP, o crime, ocorrido em 26 de fevereiro de 2023, foi planejado. A vítima foi morta a facadas dentro de casa.

Begoleã Mendes Fernandes, de 26 anos, foi detido no dia 27 de fevereiro do ano passado em um aeroporto de Lisboa, com carne na mala.

Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal, ele pretendia viajar para Belo Horizonte e apresentou um cartão de identidade italiano, além de portar outros documentos de identificação em nome de terceiros, o que levantou suspeitas.

Duas semanas depois, o mineiro de Matipó, na Zona da Mata, foi extraditado para a Holanda, onde está preso desde 13 de março.

Um jornal português chegou a divulgar que a carne carregada na mala era humana, mas a polícia holandesa confirmou que o produto tinha origem bovina.

(Fonte: g1)



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