Fórum de Davos começa hoje e deve focar nos impactos da pandemia
25 de janeiro de 2021Debates devem ser pautados no futuro da economia em meio ao crescimento da Covid-19; painel sobre sustentabilidade na Amazônia terá presença do vice-presidente Hamilton Mourão
Fórum será totalmente virtual pela primeira vez na história – Foto: Reprodução
O impacto do coronavírus na economia e a forma como ele vai remodelar a sociedade no mundo pós-pandemia são o tema central das discussões do Fórum Econômico Mundial deste ano. O evento, que começa nesta segunda-feira (25), será totalmente virtual pela primeira vez. Não há previsão de participação do presidente Jair Bolsonaro nesta edição.
O governo brasileiro será representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Os ministros Paulo Guedes, da Economia; Tereza Cristina, da Agricultura; e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, participarão de painéis ao longo da semana. Também o governador de São Paulo, João Doria, estará no Fórum.
O encontro tradicionalmente realizado em Davos, na Suíça, foi adiado para maio em razão da pandemia, e está previsto para ocorrer em Cingapura. A programação on-line está sendo chamada de Agenda Davos 2021.
Com a economia global atravessando a pior crise de que se tem registro, incluindo a escalada do desemprego e da desigualdade, os tópicos que permeiam os debates do Fórum cobrem assuntos como sistemas econômicos e sociais mais justos e discussões sobre os desafios para a vacinação da população contra a Covid-19.
O crescimento econômico precisa ser “mais resiliente, mais inclusivo e mais sustentável”, disse o fundador do Fórum, Klaus Schwab, em uma entrevista coletiva.
A programação inclui ainda pronunciamentos de líderes de diversos países, como Xi Jinping, da China – que fala já nesta segunda-feira, antes ainda de António Gueterres, secretário-geral da ONU –, Emmanuel Macron, da França; Angela Merkel, da Alemanha; e Alberto Fernández, da Argentina, entre outros.
Também estarão presentes a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e o governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey - juntamente com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva.
No esforço para encontrar rumos para restabelecer o crescimento econômico global, a pauta dos líderes, empresários e especialistas passa por discutir ainda indústria 4.0, mecanismos ligados a mudanças climáticas, promoção da equidade de gênero no centro da retomada, facilitação do empreendedorismo social, construção de sistemas de saúde resilientes a períodos de crise e outros.
Debate sobre Amazônia
Brasil deve ser representado no evento pelo vice-presidente Hamilton Mourão – Foto: Reprodução
Um dos painéis de destaque e que tem protagonismo do Brasil é o que discutirá o financiamento da transição da Amazôniapara uma bioeconomia sustentável, marcado para quarta-feira.
Além de Hamilton Mourão, estão previstos para participar da mesa redonda on-line Gustavo Montezano, presidente do BNDES; Candido Bracher, à frente do Itaú Unibanco, e Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale.
Eles estarão acompanhados de nomes como o presidente colombiano Ivan Duque e Nicole Schwab, colíder de Soluções de base natural do Fórum Econômico Mundial.
Também na quarta-feira (27) e no mesmo horário do painel sobre a bioeconomia da Amazônia, a ministra Tereza Cristina estará em outro sobre como destravar a inovação para transformar sistemas de produção de alimentos.
Antes disso, na terça-feira (26), Doria integrará um painel que discute o futuro das cidades no pós-Covid. E o ministro Ernesto Araújo entra na discussão sobre as novas bases da geopolítica mundial, focada em apontar caminhos para a coordenação internacional e formas de usar negócios para ajudar a acelerar esforços colaborativos entre as nações.
Na véspera do início do encontro inteiramente realizado pela internet, Davos tinha ruas vazias, bem diferentes de anos anteriores, quando a pequena vila de esqui era tomada por cerca de 3 mil chefes de estado e de empresas, além de pensadores políticos, para a reunião anual do Fórum Econômico Mundial. Saíram de cena os tradicionais protestos presenciais, a patrulha aérea feita por helicópteros.
Valedoitaúnas/Informações iG