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Doses de vacina da Pfizer deixam fábrica, e EUA vivem 'Dia D' de logística

13 de dezembro de 2020

Doses de vacina da Pfizer deixam fábrica, e EUA vivem 'Dia D' de logísticaCaminhões deixam fábrica da Pfizer em Kalamazoo, Michigan, levando primeiros lotes da vacina – Foto: AFP

Caminhões carregando os primeiros lotes da vacina Pfizer/BioNTech contra a covid-19 deixaram hoje (13) a fábrica da empresa em Michigan, nos Estados Unidos, para uma campanha de vacinação de milhões de americanos para frear a pandemia que matou mais de 1,6 milhão de pessoas no planeta.

As doses foram embaladas em caixas com gelo seco, que devem manter a temperatura a -70 ºC, a condição necessária para conservar a vacina, e colocadas nos veículos que têm como destino centenas de centros de distribuição nos 50 estados do país.

Segundo o jornal The New York Times, os trabalhadores aplaudiram quando o primeiro caminhão saiu da fábrica carregando uma carga do imunizante. Funcionários dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDCs) estiveram no local para acompanhar a preparação dos pacotes para garantir que não houvesse acidentes, de acordo com o jornal.

Pelo menos uma aeronave já decolou do aeroporto de Michigan para levar as doses da vacina a diferentes estados do país.

O general Gus Perna, que supervisiona a grande operação logística, comparou o momento ao "Dia D" da Segunda Guerra Mundial, que representou uma mudança no conflito.

"Estou absolutamente seguro, 100%, de que distribuiremos de forma segura esta mercadoria apreciada, esta vacina, necessária para derrotar o inimigo covid", declarou o militar.

20 milhões de vacinados em um mês

Nos Estados Unidos, as infecções dispararam, com 1,1 milhão de novos casos confirmados nos últimos cinco dias e um balanço que se aproxima de 300 mil vítimas.

Perna indicou que a vacina será enviada a centenas de estabelecimentos, incluindo hospitais e centros especializados, entre amanhã e quarta-feira, para a primeira fase da campanha, que prevê a vacinação de quase três milhões de pessoas.

As autoridades federais da saúde recomendaram que a vacinação comece pelos profissionais da saúde e idosos que moram em casas de repouso, mas decisão final corresponderá aos estados.

Os Estados Unidos pretendem vacinar 20 milhões de pessoas no primeiro mês. O país foi o sexto a aprovar a vacina Pfizer-BioNTech, depois do Reino Unido, Canadá, Bahrein, Arábia Saudita e México.

A vacinação no México deve começar no fim de dezembro, com um primeiro lote de 250 mil doses, que devem ser aplicadas em duas etapas, o que significa que 125 mil pessoas serão beneficiadas.

A vacina, que utiliza uma tecnologia baseada no RNA mensageiro, começou a ser desenvolvida há 11 meses e mostrou eficácia de 95% nos testes clínicos, realizados com 44 mil pessoas.

Não há evidências de efeitos colaterais graves, mas depois de dois casos de alergias graves reportados no Reino Unido esta semana, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos desaconselhou a vacina aos pacientes que já tiveram "reações alérgicas graves" a seus componentes ou a vacinas similares.

Outras duas vacinas registraram problemas nos últimos dias. Os laboratórios francês Sanofi e britânico GSK sofreram um duro revés e anunciaram que sua vacina só deve ficar pronta no fim de 2021, após resultados abaixo do esperado nos primeiros testes clínicos.

A Austrália abandonou os testes de uma vacina própria, depois de um falso positivo para HIV, o vírus da aids, entre os participantes.

Alemanha anuncia confinamento parcial

Enquanto os Estados Unidos se preparam para a vacinação, na Europa a Alemanha anunciou um confinamento parcial entre a próxima quarta-feira e 10 de janeiro, com o fechamento de estabelecimentos comerciais não essenciais e escolas.

"Somos obrigados a agir e agimos agora", declarou a chanceler Angela Merkel, que citou o "número elevado de falecimentos" e o "crescimento exponencial" das infecções de covid-19.

A Alemanha registrou na quinta-feira 598 mortes provocadas pelo novo coronavírus, um recorde diário desde o início da pandemia.

A Itália, com 64.036 mortes registradas, superou o Reino Unido (64.026) como o país mais afetado pela pandemia no continente.

"Estou preocupado com as duas semanas de férias de Natal. Vamos enfrentar uma pandemia dramática... a batalha ainda não foi vencida", advertiu o ministro italiano da Saúde, Roberto Speranza.

Em todo o planeta, a pandemia provocou mais de 1,6 milhão de mortes desde que o escritório da OMS (Organização Mundial da Saúde) na China registrou o início da doença no fim de dezembro de 2019, segundo um balanço da AFP com base nos números oficiais dos países.

Recorde na Coreia do Sul

A Europa enfrenta uma segunda onda grave da doença. A Suíça registra um crescimento "exponencial" da epidemia (5 mil novos casos por dia) e taxas de contaminação entre as mais elevadas do continente, afirmou Gregor Zünd, diretor do Hospital Universitário de Zurique, que defendeu neste domingo um "confinamento nacional" que inclua o fechamento de lojas, restaurantes, museus e centros esportivos para achatar a curva de contágios.

Na Ásia, a Coreia do Sul registrou neste domingo 1.030 novos casos de coronavírus, batendo o recorde pelo segundo dia consecutivo.

O país, que já foi apontado como um modelo na luta contra a pandemia, enfrenta uma aceleração dos casos. O presidente Moon Jae-in pediu desculpas porque as autoridades não conseguem conter o vírus.

A pandemia também não dá trégua no Brasil, que superou na sexta-feira a marca de 180.000 mortes, em plena segunda onda de infecções.

O país apresenta uma taxa de mortalidade em comparação com sua população (85 por 100.000) idêntica à da França.

A China, onde a epidemia teve início há um ano, determinou o confinamento de uma cidade do norte e iniciou uma campanha de testes em larga escala em outra, ambas próximas da fronteira com a Rússia, após a detecção de um caso de covid-19 em cada uma das localidades.

Valedoitaúnas/Informações Uol



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