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Bolsonaro diz que radares móveis voltarão às rodovias federais, mas só para tirar ‘fotografia educativa’

20 de dezembro de 2019

Bolsonaro diz que radares móveis voltarão às rodovias federais, mas só para tirar ‘fotografia educativa’

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (19) que o governo vai cumprir a decisão judicial que determinou a volta dos radares móveis às rodovia federais e que os equipamentos servirão para tirar “fotografia educativa”.

Bolsonaro, porém, não esclareceu o que seria “fotografia educativa” e se a ordem à pasta é realmente para não multar motoristas flagrados por radares móveis cometendo irregularidades.

O presidente deu a declaração uma semana depois de o juiz Marcelo Gentil Monteiro, da 1ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, determinar à PRF que volte a utilizar radares móveis na fiscalização de rodovias federais.

O magistrado atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que questionou portaria assinada por Bolsonaro em agosto e que proibia o uso de radares nas rodovias federais.

À época, Bolsonaro enviou ao Ministério da Justiça ordem para que a PRF suspendesse a utilização dos equipamentos para evitar “desvirtuamento do caráter educativo” e “a utilização meramente arrecadatória”.

Presidente Jair Bolsonaro disse que vai recorrer da decisão que liberou radares móveis

O juiz deu prazo até o dia 23 para que a PRF tome “todas as providências para restabelecer integralmente a fiscalização eletrônica por meio dos radares estáticos, móveis e portáteis nas rodovias federais”.

“Questão dos radares móveis. Resumindo, resolvemos retirar, a Justiça mandou botar de volta. Determinei já ao Ministério da Justiça: vai, tira a fotografia, mas é fotografia educativa. Ponto final”, disse Bolsonaro durante uma cerimônia no Palácio do Planalto.

Na cerimônia dessa quinta, Bolsonaro criticou o que ele considera “uma indústria das multas”.

Multas ambientais

Bolsonaro destacou no discurso a queda no número de multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo ele, foi uma determinação de seu governo.

Levantamento do Observatório do Clima, a partir de dados do governo, registra que os autos de infração de janeiro a novembro de 2019 foram os menores dos últimos 15 anos.

De janeiro a novembro de 2019 foram registrados 10.270 multas, número 25% menor se comparado ao mesmo período de 2018, quando foram aplicadas 13.776. O recorde de multas aplicadas pelo Ibama no período foi em 2005, com 31,5 mil autos de infração.

Bolsonaro disse no discurso que deseja reduzir ainda mais o número de multas em 2020.

“Essa semana tivemos a notícia de que o Ibama, né, nos últimos 17 anos foi o que menos multou. Foi decisão nossa. Multa é em último caso. Falei que para o ano que vem tem que bater esse recorde de novo. Não queremos produtores aqui que fiquem preocupados com visitas de fiscais nossos. A primeira visita tem que ser para orientar”, afirmou o presidente.

As falas obre radares e multas aplicadas pelo Ibama foram dadas por Bolsonaro durante a assinatura de um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que reconhece que o Código Florestal é aplicado como norma geral para produção rural em área de Mata Atlântica, onde havia produção consolidada até 22 de julho de 2008.

Havia uma controvérsia jurídica sobre o tema, o que resultou em multas aos produtores das regiões. Segundo o ministro da AGU, André Luiz Mendonça, sem o novo parecer, haveria risco para grandes áreas de produção de café em Minas Gerais e de maçã no sul do Brasil.

O ministro afirmou que o parecer incentiva a atividade rural nessas áreas e poderá reverter multas aplicadas por órgãos de fiscalização. Ele incentivou os produtores a buscarem a anulação das multas.

Fonte: G1

Foto: Divulgação



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