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Atingidos por barragem estudam ir ao STF contra acordo com a Vale

04 de fevereiro de 2021

Movimento dos Atingidos por Barragens alega que não participarou da construção e que acordo é para "obras do governo"

Atingidos por barragem estudam ir ao STF contra acordo com a ValeMovimento fez protesto na frente da sede do Tribunal de Justiça – Foto: Regiane Moreira/Record TV Minas

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) criticou o acordo de R$ 37,7 bilhões celebrado nesta quinta-feira (4) entre o Governo de Minas e a mineradora Vale para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho, em janeiro de 2019, quando 270 pessoas morreram.

O movimento alega que os atingidos não participaram da construção do acordo e que ele teria sido feito pelos "de cima", "envolvendo a criminosa e quem deveria fiscalizar, impedir e punir o crime".

Em nota o MAB afirma que, desde outubro de 2020, o acordo é construído sem nenhuma participação dos atingidos, representantes ou comissões na mesa de negociação.

"Apenas em uma das reuniões, os atingidos foram convidados a estarem presentes na sala e apenas como ouvintes, sem direito a fala, representando uma ideia falsa de participação no acordo. E os atingidos não aceitaram", diz o texto.

O MAB ainda chamou de "mentirosa" uma declaração do governador Romeu Zema (Novo), que afirmou que todas as partes envolvidas no processo participaram.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa do Governo de Minas para comentar as declarações e críticas do movimento e ainda aguarda resposta.

Críticas 

Ainda de acordo com o movimento dos atingidos, o acordo firmado não tem o sentido de reparar os danos causados pelo rompimento da barragem, mas é um acordo para "realização de obras para o governo de estado, apenas com uma pequena parcela de benefícios para os atingidos da bacia do rio Paraopeba, que são as vítimas e sofrem até hoje as consequências do crime".

"Fica claro nas contas apresentadas que o Estado alcançou se objetivos de receber quase 27 bilhões, em troca apenas de 9 bilhões aos atingidos, descontando inclusive o pagamento emergencial ja feito nesses dois anos, o que é um absurdo", diz o MAB em nota.

Acordo

Após mais de quatro meses, o Governo de Minas Gerais, Ministério Público, Defensoria Pública e a mineradora Vale assinaram um acordo pela reparação de danos econômicos e sociais causados pela empresa por causa do rompimento da barragem de Brumadinho, que completou dois anos no dia 25 de janeiro.

Valedoitaúnas/Informações R7



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